[ARTIGO] Olympus OM-1 : A lendária japonesa

A Olympus OM-1 estabeleceu novos padrões para a indústria das câmeras SLRs na época em que foi lançada (1972-1973) e até hoje é considerada uma jóia rara entre os colecionadores e entusiastas das analógicas. Muitos afirmam que é a SLR mecânica com o melhor desempenho já criada e foi através dela que a empresa Olympus Optical Co. ganhou respeito ao lado das grandes marcas japonesas. Por trás deste sucesso existe um nome: Yoshihisa Maitani. Maitani, ainda jovem, foi um habilidoso fotógrafo de certo destaque. Chegou a ganhar alguns prêmios por conta de suas fotografias. Formou-se em engenharia mecânica e entrou para a Olympus para trabalhar como engenheiro designer. Seu primeiro grande projeto foi a Olympus Pen. Esta “pequena” câmera foi um sucesso de vendas na época.

Em meados da década de sessenta, Maitani aceitou o desafio de projetar uma SLR que fosse totalmente inovadora. Desejava criar uma câmera de qualidade e que tivesse portabilidade. Imaginou uma câmera que tivesse o conceito de uma rangefinder no corpo de uma SLR 35mm. Ele não aceitava a idéia de criar mais uma SLR grande, pesada e barulhenta. Queria criar uma câmera versátil que somado a um conjunto de boas lentes e acessórios pudesse ser usada desde a fotografia microscópica até a fotografia astronômica.

Seguindo essa linha de pensamento, Maitani decidiu que iria projetar uma SLR de tamanho reduzido como a Leica IIIf. Queria um obturador preciso como o de uma Leica série M. O movimento do espelho teria que ser o mais silencioso possível. A rangefinder da alemã Leica sempre foi uma “câmera referência” para o Sr. Maitani.

O desenvolvimento da Olympus OM-1 foi proposto em janeiro de 1967 e aprovado um ano depois. Maitani pediu cinco anos para conceber o sistema OM. Muitos acreditavam que seria impossível criar uma SLR menor e funcional mas Maitani e sua equipe decidiram começar do zero, deixando de lado o conceito pré-estabelecido na construção de uma câmera. Reprojetou cada elemento estrutural da OM-1 separadamente, criando uma SLR inovadora. Para tanto, usou avançados conceitos de engenharia.

O ponto de partida foi utilizar melhor o aproveitamento do espaço físico no corpo da câmera, reduzindo assim o seu tamanho. Tudo foi pensado minuciosamente. Para resolver a questão da ergonomia, utilizaram dados obtidos através da medição do tamanho de milhares de mãos em todo o mundo.

Mesmo sendo uma SLR mais compacta, a OM-1 foi projetada para ser durável (coisa rara hoje em dia) e bastante resistente ao desgaste natural. A meta era criar um obturador três vezes mais resistente que as outras SLRs japonesas da época e isto foi feito. Foram usados tratamentos térmicos dos metais empregados na fabricação do corpo e de todas as peças. Os parafusos usados também foram estudados detalhadamente e contribuíram com a redução do peso. A precisão mecânica foi um cuidado especial que tiveram na sua fabricação. Até o sistema de lubrificação foi diferenciado. Utilizaram alternativas ao óleo de lubrificante da graxa que era normalmente usado. Maitani estudou e analisou todas as causas possíveis dos ruídos excessivos numa câmera SLR e reduziu ou eliminou um por um.

Finalmente, em 1972, a Olympus OM-1 (primeiramente denominada M-1) foi lançada durante a Photokina. Em 1973, começou a ser comercializada. Com sua tecnologia inovadora, o sistema ganhou respeito rapidamente e também despertou certa rivalidade entre os fabricantes. A própria Leitz (Leica) protestou, alegando que já utilizava a letra M em suas máquinas. Para evitar possíveis conflitos, a Olympus mudou o nome da sua SLR para OM-1. Poucas unidades com o antigo nome foram fabricadas e hoje são peças valiosas, cobiçadas entre os colecionadores.

Maitani também fez questão de usar lentes de qualidade no seu equipamento. Segundo ele, de nada adiantava uma máquina inovadora sem uma ótica à altura. Para compor o conjunto, o sistema OM foi equipado com as lentes Zuiko que tem uma ótica primorosa. Maitani queria lentes na sua OM-1 nos mesmos padrões de qualidade da Zeiss e da Leitz.

Mais de trinta anos se passaram e a Olympus OM-1 ainda mantém admiradores no mundo todo (eu, inclusive…rs). O Sr. Maitani tornou-se um dos nomes mais respeitados na sua área e sua obra-prima ainda consegue manter o título de uma das câmeras fotográficas mais bonitas e eficientes já construídas até hoje.

Texto: Guto Vilaça

Esse texto está no meu Blog. Por falta de tempo não coloquei nada interessante nele esse ano ainda mas vou atualizá-lo assim que for possível.
De qualquer forma fica o endereço: http://muralfotografico.blogspot.com/

Tenho dois corpos da Olympus OM-1 e um set legal de lentes. Das lentes que tenho, as que mais curto são a Zuiko 28mm f/2.8 e Zuiko 50mm f/1.4 por serem bem claras e entregarem imagens cortantes (nítidas) e bem contrastadas.

Para quem gosta de Olympus:

Manual da Oly OM-1: Olympus OM-1(n) - Instruction Manual

Papeis de parede: 企業情報:オリンパス

Para quem não tem uma OM-1, pode montar a sua (de papel): About Us : OLYMPUS

Mais sobre Maitani: Yahoo | Mail, Weather, Search, Politics, News, Finance, Sports & Videos

:ok: :ok: :ok:

Bom demais o texto! A máquina também, claro.

Uau, belo texto Guto! :ok:
Me deixou caidinho pela OM1! Até procurei umas no Ebay, quem sabe… :ponder: :ponder:
Abraços, e parabéns peo texto! Show!
Alberto

Um texto muito bacana.
Gosto demais de ler histórias das câmeras que revolucionaram o mundo.
Essa OM-1 é uma maravilha. Forte, resistente, pegada incrível e o sistema de lentes Zuiko sempre foi muito elogiado.

Como nem tudo nessa vida pode ser perfeito, o maior problema das OM-1 é em relação as baterias de mercúrio para alimentação do fotômetro. São bem difíceis de achar e quando não se consegue, precisa fazer adaptações (1,35 para 1,5) e ainda compensações de pelo menos 1 ponto a mais na exposição por conta desta variação.

Muito bom,Guto.

Acaso essa paixão sua com a OM-1 começou aqui em casa? Se for quero ser o padrinho. :ok:

Valeu, pessoal. Pesquisei muita coisa na net e em revistas sobre essa belezinha e resolvi escrever um resumão da história da OM-1 e compartilhar.

O problema da bateria não é exclusividade da OM-1. Quase todas as máquinas dá década de 60 e 70 usavam essas baterias de mercúrio para alimentar seus fotômetros. Fazer o que.
Mas isso não é problema.

Não vai se arrepender. É uma bela câmera analógica.

Quando bateu aquela vontade de fotografar com filmes, eu queria uma Canonet. Entrei em contato com o Severo e como ele não tinha nenhuma disponível, enviou-me a Oly OM-1 para eu dá uma olhada. A câmera foi para a casa do Elmo e fui buscá-la. Acabei que fiquei com ela e uma outra da Canon (Canon FX).
De lá pra cá, não largo ela pra nada. Comprei até um outro corpo bem novinho e montei um set de lentes para equipá-la.
Sim, Elmo. Virou paixão e você é o padrinho…hehehe.
Aliás, o Elmo é um dos grandes incentivadores. Gosto muito de conversar com ele sobre fotografia analógica. Sempre que vou na casa desse cara, fico conhecendo um pouco mais de fotografia. Muitas câmeras para mostrar e idéias para trocar.
:ok:

GutoVilaça,
Eu sei que esse lance das baterias de mercúrio não são uma exclusividade da Olympus.
Agora se não dá mais para encontrar essas baterias para comprar, é necessário adaptações ou compensações para fazer o fotômetro operar bem; e isso é sim um problema.

Dá pra fotografar com ela adaptada?
Dá, mas não é como colocar uma bateria de mercúrio e sair nos clicks.

Sem querer comparar câmeras (afinal a OM-1 é um espetáculo), as Nikons da serie FM são de tirar o chapéu. Sempre usaram duas pilhas pastilhas de óxido de prata (1,5v cada). Essas baterias são encontradas em qualquer relojoeiro ou camelô, a preço de banana (ou melhor, mais barato que banana… eheheheh). :ok:

Detalhe: No ebay ainda encontram-se destas baterias da OM-1 para vender.
Sai barato e compensa já mandar trazer um monte. :wink:

Eu ia falar isso agora. Manda trazer meia dúzia do Ebay.

Eu tava pesquisando sobre essas baterias por causa da minha Canonet.
Vi que existem 3 soluções boas.

1- Comprar um adaptador MR9,MR-9 Adapter. Replacement for PX625, PX13 or MR9 discontinued Mercury cells. que custa em torno de 30 doletas. Ele altera a voltagem de baterias daquelas de relógio (386 de óxido de prata) pra 1,35 volts, e voilá, seus problemas estão resolvidos!

2- Comprar baterias “Zinc Air Wein Cell”. Essas baterias tem voltagem de 1.35v, mas sua desvantagem é que duram muito pouco em relação ao que custam. http://www.amazon.com/Wein-PX675-Button-Battery-Zinc-Air/dp/B0002GVSWQ

3 - Baterias “Hearing Aid”. Essas custam barato mas o tempo de vida é curtíssimo. Dizem que dura uns 4 rolos de filme na Canonet. http://www.hearingaidbattery.org/

Acho que a melhor solução é o adaptador, pois ele dura a vida toda e você só precisa substituir as baterias de relógio, que são baratinhas…

Alberto…
Realmente fica interessante essa idéia do adaptador.
Não sei sobre a garantia de funcionamento, mas se rolar, é show sim.
Eu por exemplo ficaria felicíssimo com a minha OM-1 assim. :smiley:

No ebay tem essas baterias pra vender, mas sai caro mesmo.
Coisa de uns 10,00 dólares (já com frete):

http://shop.ebay.com/i.html?LH_BIN=1&LH_IncludeSIF=1&_nkw=battery%201.35v&_trkparms=65%253A15%257C66%253A2%257C39%253A1&_sc=1&_sop=15&_trksid=p3286.c0.m14&_stpos=&_fcid=31&gbr=1

Sempre fico com a mão coçando pra pegar uma OM-1 toda vz que vejo uma.
Se eu fosse começar um sistema analógico hoje seria com a OM-1 e lentes Zuiko.
Sou fã da filosofia inovadora da Olympus.

Olhem só que maravilha a nova Olympus Pen:

Realmente show essa Pen!! Só acho uma tremenda sacanagem ter que comprar um viewfinder por 100 dólares. Não sei como hoje em dia fazem uma câmera só com LCD. :no: :no:
Legal é que dá pra trocar as lentes dela, coisa que poucas câmeras desse tamanho permitem. E a qualidade das imagens também parece bem legal.

Bem…
Ficar sem as baterias 1,35 volts do fotômetro não é o ideal mas, para mim, isso tá longe de ser um problema. Nunca irei deixar de fazer uma foto por falta de fotômetro na máquina (vide os exemplos das minhas fotos acima). Sendo a câmera mecânica, 95% dos problemas estão resolvidos. Algumas fotos eu fotometrei com uma câmera digital e meti bronca com a Oly e outras eu peguei a tabela Sunny 16 e fiz a estimativa. Não ficaram tão ruins. Lógico que com o fotômetro funcionando perfeitamente na máquina, as coisas ficam mais fáceis.

Já tinha conhecimento dessas baterias alternativas à venda no exterior.
Se algum de vocês for comprá-las fora, dê-me um toque que estou interessado também.

Abs

Guto, vou bater um cromo com a Canonet pra ver se o fotometro ta certinho. Se der alguma sub/super exposição eu quero pedir um adaptador desses, aí te dou um toque.
Essas fotos aí em cima você fez com a Sunny 16 ou com o fotometro da Oly mesmo?

Eu uso a 625 substituindo as de mercúrio em minhas câmeras e não noto nada de errado nas mesmas. Fiz um adaptador usando um diodo de germânio resgatado de uma antiga televisão para baixar a tensão da bateria para próximo de 1,35 V e comparando com a de 1,55 V usualmente encontrada no mercado, e verifiquei diferença nenhuma no funcionamento na medida de luz da Canonet.

Dessa forma, tomei por mim dispensável adaptadores e baterias especiais pra esse fim.

Elmo, você chegou a bater um cromo com a Canonet com a bateria de 1.5?

Albert, não me lembro precisamente em qual dessas fotos usei tabela mas sempre estou usando. Quando não é uma fotometria muito complicada, dá para estimar com certa precisão. Nas férias eu levei uma digital e a Oly na viagem. As vezes eu fazia a fotometria com a digital e comparava com a tabela. Na maioria das situações batia na mosca.
Eu estou afim mesmo é de comprar um fotômetro de mão. Pode ser até usado e analógico, desde que esteja calibrado. Assim, todos os problemas acabam.
Se resolver comprar esse adaptador fora, dê-me um toque então.
Abs.

Lembro-me que vc tinha falado sobre isso.
Além do mais se notar alguma alteração na exposição para mais é só compensar com o ASA.
Exemplo: Se tiver usando um filme ASA 200 e notar que com a bateria 1.5 as fotos estão ficando superexpostas. Pode-se colocar o dial da velocidade do filme para ASA 100 (num filme ASA 200) e “enganar” o fotômetro, fazendo essa compensação.
Ou seja…são alternativas. Não é o ideal, volto a dizer, mas deixar de fotografar por falta de bateria eu não fico mesmo…kkkkkkk.

Abs

Pois é Guto, acho que a melhor solução é um fotometro de mão mesmo. Acabei de olhar no Brfoto e tem um anuncio com 4 deles, dá uma olhada lá depois. O anuncio chama “Geral em Casa n 1”.

Sobre a compensação no ASA, será que não dá pra simplesmente pedir pra quem for revelar que revele puxando 1 ponto (ou o quanto estiver expondo errado) pra mais ou pra menos?

Sim, vários. Tudo perfeito!