[ARTIGO] - Tripés e Cabeças de Tripés: Fazendo escolhas

Há alguns detalhes que devem ser considerados no momento da escolha de um tripé, dentre os quais:

Peso do conjunto (Câmera + Lente + Flash + Cabeça de Tripé) – Para a melhor escolha de seu tripé, sempre leve em consideração o tipo de fotografia que você fará com ele e qual os equipamentos que você utilizará para a captura. Portanto, sempre temos que considerar o peso de nossa câmera mais o peso de nosso conjunto ótico mais pesado. Se além disso, também utilizamos o flash acoplado à sapata da câmera, seu peso (incluindo as pilhas) deve entrar na conta. Um detalhe importante que muitos se esquecem: é necessário adicionar o peso da cabeça do tripé ao peso do conjunto. Com todas as contas feitas, adicione 20% de reserva. Aí está a carga máxima que seu tripé deverá suportar para conseguir lhe entregar excelente estabilização.

Mas atenção: Essa é uma projeção para o momento atual. Como um bom tripé é um investimento para a vida toda, é necessário que se faça uma projeção para o momento futuro, levando em consideração um futuro update em termos de corpos, lentes, flashes e acessórios.

Altura Máxima – É necessário prestar atenção a esse detalhe se quiser comprar um tripé que consiga se estender até o nível do olho do fotógrafo. Mas lembre-se: quanto mais alto o tripé mais instável ele tende a ser. Tripés muito altos e muito leves sofrerão com vibrações com vento, com esbarrões acidentais, com as operações da câmera, com o ruído do ambiente e, até mesmo, com o deslocamento do espelho numa DSLR.

Tamanho Fechado – Dado relevante para a guarda e transporte do tripé. Quanto menor o espaço que o tripé ocupa mais fácil será seu transporte e guarda, usualmente acoplado na mochila ou bolsa ou no interior das mesmas. Quanto mais seções houver as penas do tripé, menos espaço ele tenderá a ocupar quando completamente fechado.

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Peso – Um bom tripé deve aliar um bom peso com um bom tamanho. Tripés muito leves não dão a necessária estabilização para longas exposições. Da mesma forma um tripé muito alto deverá ser mais pesado para conseguir boa estabilidade, o que poderá trazer grande desconforto no momento do transporte.

É claro que quanto mais pesado mais torturante se torna longas caminhadas. Então se deve levar em consideração o preparo físico do fotógrafo ao comprar um tripé, se esse for se aventurar em longas caminhadas levando esse acessório. Para esses, quanto mais leve for o peso do tripé, melhor. Para adicionar ainda mais estabilização no momento do clique é possível se utilizar de ganchos na coluna central onde se coloca um lastro de areia ou pedras coletadas no local da tomada da fotografia, para acrescentar peso ao conjunto (lembram-se daqueles 20% de reserva que falamos no item ‘Peso do Conjunto’? É para isso que ele serve).

Material – Um bom tripé pode ser encontrado nos mais diversos materiais. Atualmente os mais comuns são o alumínio, a fibra de carbono, a liga de magnésio e a madeira.

Cada um tem suas vantagens e desvantagens.

De maneira geral, quem precisa de um tripé leve para carregar por longas caminhadas opta pela fibra de carbono. Quem precisa aliar baixo peso e estabilidade, opta pelo alumínio. Quem busca exclusivamente estabilidade, opta pela madeira.
Outros materiais menos comuns são o basalto e o aço.

A largura nominal das pernas do tripé influencia diretamente na estabilidade do conjunto. Assim, quanto mais espessas forem as pernas mais estável será o tripé.

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       Tripé em alumínio                           Tripé em fibra de carbono

Robustez – É um erro comum acreditar que robustez tem a ver unicamente com peso. Não tem! Robustez é a segurança que o tripé proporciona ao fotografar e ser manuseado. Tem a ver com peso, com altura e com material de fabrico. Assim um tripé de grande altura fabricado em alumínio não será robusto o suficiente para longas exposições. Mas se o tripé de alumínio for de estatura mediana, poderá funcionar perfeitamente com qualquer espécie de fotografia.

É extremamente frustrante descobrir que o simples ato de mexer nos controles e botões da câmera quando acoplada ao tripé o faz tremer. De igual forma, o fotografo se sentirá enganado ao realizar longas exposições com desligamento de IS na lente, travamento do espelho e disparo via controle remoto e mesmo assim não obter um bom nível de nitidez porque seu tripé balança ao sabor dos ventos do local.

Sempre verificar ao comprar um tripé quão firmes são os ajustes de pernas, da coluna central, e de bloqueio da cabeça do tripé. A robustez estrutural de seu tripé deve ser checada minuciosamente. Se sentir que aquele tripé talvez não sirva para seu propósito não o compre, pois certamente a desconfiança inicial se tornará realidade nas primeiras semanas de manuseio.

Portanto, atenção redobrada ao escolher altura, peso e material de seu futuro tripé. Lembre-se sempre: Um bom tripé é para a vida toda!

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Qual tipo de Cabeça de Tripé devo comprar?

Dependendo do modelo e marca do tripé, ele pode ser comprado em um kit já contendo a cabeça do tripé. Geralmente, nesses casos, as cabeças disponibilizadas no kit são do tipo 3 Way (também chamada de Pan/Tilt) e do tipo Ball Head.

3 Way-Pan/Tilt – Tem de 3 controles de movimento independentes (existem cabeças com apenas 2 controles de movimento, mas essas são indicadas para filmagens e não fotografia). Você pode apontar sua câmera para cima/baixo, esquerda/direita e girar em 360° e eles podem ser ajustados e travado no lugar de forma independente. Esse tipo de cabeça tem um prato articulado que permite inclinar a câmera 90° para variar a posição da tomada de horizontal (paisagem/landscape) para vertical (retrato/portrait).

Essa tipo de cabeça permite um posicionamento muito mais preciso nas 3 direções do movimento, mas também significativamente mais lento, em comparação à Ball Head. Também são usualmente mais pesadas.

Ao adquirir uma cabeça 3 Way tenha a certeza da possibilidade de retirada das alavancas de ajuste de posição. É muito desagradável desmontar o tripé para carregá-lo em uma caminhada e descobrir que a cabeça do tripé não cabe em sua mochila porque as alavancas de ajuste não podem ser removidas para diminuir o volume.

Ball Head – É o tipo mais comum de cabeça de tripé que se pode encontrar nos dias atuais. Basicamente é uma bola que se encaixa em uma espécie de concha que fica na base da cabeça e permite a fixação da posição, através de travas simples ou duplas.

Uma cabeça de tripé com trava simples é preferível, EMHO, em relação aos de trava duplas, já que com um único movimento de trava/destrava se tem todo o movimento nos 3 eixos fixado ou retomado, segundo a necessidade. No caso de travas duplas é necessário travar/destravar duas diferentes peças para conseguir bloquear ou retomar o movimento da cabeça em seus 3 eixos.

O movimento é fluído e possível nos 3 eixos ao mesmo tempo, o que torna o posicionamento muito mais rápido se comparado ao tipo 3 Way, contudo, por não haver travas individuais para cada eixo de movimento, o posicionamento nos 3 eixos deve ser checado a cada movimento, diferentemente do tipo 3 Way que podem ser regulados cada eixo por vez, permitindo um ajuste muito mais preciso.

Se você fotografa com conjuntos mais pesados, preferivelmente deverá adquirir uma cabeça do tipo 3 Way. Se seu conjunto é leve, a cabeça do tipo Ball Head tem indicação precisa. Na dúvida, compre uma boa cabeça do tipo Ball Head e não haverá erro, embora possa haver superdimensionamento do equipamento desnecessariamente.

Para conseguir uma tomada vertical (retrato/portrait) a cabeça Ball Head deve ter uma fenda vertical nas laterais por onde correrá o eixo de apoio da bola.

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Pratos de Liberação Rápida (Quick-Release Plates) – Os pratos de liberação rápida são acessórios que ficam sob a câmera e se ligam diretamente às cabeças dos tripés. Eles são basicamente um pedaço de metal com uma alavanca de pressão que se liga ao restante do tripé e que, uma vez desengatado, faz com que o prato se desprenda da cabeça com rapidez. Serve para a retirada rápida da câmera do tripé e existem nos mais variados modelos.

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Ao comprar um tripé com uma placa QR (Quick-Release) certifique-se que é do tipo de rosca com borboleta. São muito mais fáceis de serem presos, em relação os tipo fenda, como visto acima. Nesses, você deverá se utilizar de uma moeda ou de uma chave de fenda para conseguir girar o parafuso.

Um outro aspecto importante na escolha de um tripé é a sua mecânica: as juntas que unem as peças, os fechos que fixam as seções telescópicas e as terminações dos pés.

Em relação às juntas, procure ver se são firmes e se há parafusos e porcas em metal que garantam resistência.

Nos fechos, prefira os de alavanca aos de rosca, os quais são mais lentos e em que não é claro se o fecho está firme.

Há três tipos básicos de terminações de pés:
• em espigão metálico, que são os mais adequados para usar em terra, areia e rocha;
• em apoio plano de borracha ou plástico, os melhores para usar em interiores pois garantem horizontalidade e não riscam o chão;
• em apoio redondo de plástico ou borracha que são pouco suscetíveis de deslizamento e que se adaptam a várias superfícies.

Estes últimos podem ser combinados com uma terminação em espigão metálico com rosca: quando se está em chão regular usa-se o apoio redondo, em chão irregular, o apoio redondo enrosca-se para cima revelando o espigão metálico.

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Sempre utilizo lentes IS. Mesmo assim preciso de um tripé?

A tecnologia de Estabilização de Imagem (IS) é um grande aliado do fotógrafo, principalmente quando as condições de luz não são as ideais e se está fotografando com aberturas máximas não tão amplas, como as proporcionadas pela maioria lentes zooms dos kits.

Muito embora o IS possa fazer com que se ganhe até 4 stops (segundo alguns fabricantes) no momento de fotografar, o tripé é ainda o método mais eficiente para se ganhar nitidez em baixa velocidade e o único eficiente para longas exposições.

É importante também salientar que o IS faz com que haja um pequena perda de nitidez na captura fotográfica, que pode ser recuperada com a pós produção, mas que se não houver atenção especial a esse detalhe o fotografo terá uma imagem final não tão boa quanto poderia ter se houvesse utilizado um tripé para a captura inicial do frame.

Lembre-se, qualquer tripé é melhor que nenhum tripé, mas um bom tripé é um investimento único e para a vida toda (na verdade um excelente tripé será passado de geração em geração). Portanto, se precisar de um tripé mas não tem os recursos necessários para um bom tripé, economize e postergue a compra até conseguir amealhar o suficiente para uma boa compra. Mas se você necessita urgentemente de um tripé e não tem o dinheiro suficiente para uma boa compra, compre aquele que caiba no seu bolso e economize para uma futura aquisição de um bom equipamento. Ele será um investimento muito mais eficiente do que seu tripé anterior.

Algumas escolhas são impossíveis de serem conciliadas. Todo mundo quer aliar altura, leveza e estabilidade, mas isso é impossível. Se você escolhe um tripé alto e leve, não terá estabilidade. Se você escolhe um tripé alto e estável, não terá leveza. Se você escolher um tripé estável e leve, não terá altura. Ao investir em materiais diferenciados você pode alterar um pouco as razões da equação, mas não muito.

Existem alternativas aos tripés, cada uma delas com uma indicação para cada situação distinta, mas nenhuma delas substitui verdadeiramente um tripé.

Monopé:

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Mini-Tripé:

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Mini-Tripé articulado:

Grampo de Mesa:

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Beans Bag:

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Autor: Mr. Hyde
Disponível em: Mundo Fotográfico

PS: Caso tenha interesse em republicar em outros sites favor manter as 2 linhas de créditos acima, inclusive com os links.

Gostei, Hyde! Dá uma luz para quem pretende comprar um tripé e não sabe nem por onde começar…

Eu bem que estou precisando de um (há tempos), mas só de carregar a mochila já fico incomodado as vezes, adicionando um tripé então :no:

Valeu, Pedro.

Tava fazendo umas pesquisas aqui e como não tinha nada disso na seção de artigos do MF, resolvi escrever um pouco do que estudei.

Isso tem q ir urgente para a area de tutoriais. Ainda nao tenho um bom tripé e vai me ser muito util esse artigo.

Hyde, vc mexe com Canon, neh? Eh bom explicar melhor as siglas q significam estabilizaçao de imagens. Vc soh citou IS no seu artigo.

IS : Canon
VR: Nikon
OS: sigma
VC: Tamron
? : tokina ( eu nao sei :frowning: )

Bela iniciativa Hyde… :clap: :clap: :clap:

Acho que tenho um dos tripés mais velhos do fórum…diga-se velho…mas MUITO bom…simples, pequeno leve e eficiente…é uma Tripé Susis que pertencia ao meu pai…tem uns 40-50 anos ele tem um mecanismo bem simples de movimentação …mas é perfeito pra fotos…mas pra filmagem não funciona…tenho vontade de adquirir um …mas tbém pequeno e leve…com uma “cabeça” que tenha essa extensão pra segurar com as mãos pra poder movimentar para filmagens.

Curti, Hyde!

Manda bala! :ok:

que tripé é aquele da primeira figura? :dizzy_face:

eu quero ele!!!

Aparentemente é algum da linha Alta 254/255/283 da Vanguard.

Valeu, Master. :clap: Vou procurar.

Parabéns pelo artigo, Hyde.

Esclarecedor. Acho que agora os novatos terão um bom texto para ler antes de perguntar qual tripé comprar.

Abcs

Eh o meu caso. Quando perguntava, a resposta era sempre a mesma: “Compra um Manfrotto! Eh pra vida toda!”

Mas qual Manfrotto??? :dizzy_face:

Ah, bem lembrado gente…
Esqueci de falar das marcas mais tradicionais do mercado…

Existem marcas e MARCAS, as que vou falar aqui é dessas com maiusculas, mas, é claro, que existem outras excelentes marcas no mercado. Uma boa pesquisa é absolutamente essencial para uma boa compra.

Benro
Berlebach
Cullman
Giottos
Gitzo
Manfrotto
Vanguard
Velbon

Mr. Hyde

Gostaria de saber se estas recomendações para tripés também são extensíveis para monopés?

Ou com monopé dá pra ser um pouco mais relaxado?

Em relação à qualidade de material e peso, são idênticas. Sobre altura, não. O monopé tem que ser na altura dos olhos do fotógrafo, exceto se ele fotografar sentado. É muito ruim ficar 2-3-5 horas cobrindo um campeonato de surf, em pé, no sol, comendo maresia e recurvado sobre um tripe de 1,50m quando vc tem 1,90m.

mas não sou profundo conhecedor de monopé. Na verdade, nem de tripé…rs Só fiz o artigo na tentativa de ajudar a galera. Não sirvo para dar consultoria sobre modelos, aplicações, especificações técnicas, etc…

Mesmo assim fez um excelente artigo. Parabéns.
Mesmo já tendo tripé, obrigado por compartilhar sua pesquisa, pois me chamou a atenção para um detalhe que deixei passar batido qdo comprei o meu.
abs.

Muito legal Hyde! Ótimo artigo.

No site da Manfrotto tem um “tutorial” prá escolha do tripé. Nele você coloca qual a câmera, prá que fim usará e ele marca opções mais favoráveis. Me ajudou muito quando comprei o meu. Vai o link abaixo

Acredito que sirva de instrumento de escolha também para outras marcas, pois vai listando as características de cada tripé e cabeça.

:ok:

muito bom!

Excelente o link, Pris!
Agregou muitoooo… :ok:

Parabéns, se eu tivesse achado isso há alguns meses teria me poupado muitas horas de pesquisa. Completíssimo este seu tutorial, tudo o que alguém precisa saber para a compra do seu primeiro tripé!

Muito bom…estou pra comprar um manfrotto 785B. :slight_smile: