Atrito com cliente (Dúvida!)

Pessoal, sei que um estabelecimento comercial ou um prestador de serviço, não pode se recusar a atender um cliente, seja ele quem for, mas olhem a situação (bem resumida):

Passei um orçamento de ensaio para uma pessoa, neste orçamento está explicito que o pagamento deve ser feito antecipadamente, Ela não concordou com esse termo e rispidamente disse que só pagaria no ato, eu educadamente respondi que não era a minha forma de trabalho e não podia atende-la.
Após esfriar o animo (da pessoa, e não meu), ela voltou a me procurar, pois queria a “minha fotografia”, e queria vir ao meu escritório para “tentarmos um acordo”, eu com muita educação me recusei a atende-la, e disse que o clima entre a gente iria comprometer o resultado do trabalho.

Agora minhas dúvidas:
Se ela não concordou com a forma de pagamento, acredito eu que tenho o direito de recusar o trabalho, certo?
Se ela mudar de ideia e resolver aceitar as condições propostas, mesmo tendo esses atritos ocorridos, eu tenho a obrigação de atende-la? Ou posso me negar?

Alguém já passou por isso?

No sistema jurídico brasileiro ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.

Então, resumidamente: não, você não é obrigado a atende-la.

E ela não pode fazer nada por isso.

Em nenhuma hipótese ela poderá te forçar a prestar um serviço (senão seria trabalho forçado, rs).

A única hipótese de te dar problema é provar que você não a aceitou como cliente por preconceito. Mas mesmo assim, o máximo que conseguiria era danos morais na justiça, e não a prestação do serviço propriamente dito.

Cumprimentos.

Dellano,
Imagino que nessa parte você poderia ter solucionado tudo. O diálogo é a melhor alternativa.

Você não é obrigado a atender todo mundo da forma que a pessoa quiser, Dellano. Se ela não concorda com tua forma de trabalho ou cobrança, você pode sim recusar. Sei que tu quis resumir a história, mas o que ela queria “acordar” contigo? Tu não te prestou a ouvir a proposta dela?

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Olha, entendo perfeitamente o que o Dellano quis dizer com “falta de clima”. Imagina, a cliente foi ríspida (isso porque ele resumiu) então como seria durante a sessão? E se ela causasse mais problemas? Cara, sou totalmente a favor do diálogo para resolver qualquer situação. Mas sou mais a favor de prever uma dor de cabeça e evita-la.

Levinthal, o que me assustou foi isso aqui:
https://thaylacamargo.jusbrasil.com.br/artigos/195008319/e-proibido-recusar-atendimento-ao-consumidor

Amador, realmente um dialogo resolveria tudo, mas é exatamente como o Adriano disse ai, acabou o clima, e uma pessoa que já discorda no orçamento, imagina no trabalho! Qualquer detalhe vai ser motivo de insatisfação e queixa.

Pois é Nando, não tinha mais clima, se eu recebo ela aqui poderia resolver, como poderia piorar, eu preferi não prolongar isso, não valeria a pena.

Dellano,

fique tranquilo.

Seu serviço é uma “arte”, que pressupõe muito mais do que um enquadramento qualquer de “serviço” ou “produto”.

Quando se fala de fotografia, é importante haver conexão entre cliente e fotógrafo. A quebra de confiança põe por terra o objetivo do trabalho. A boa-fé é pressuposto para tudo.

Imagina se um artista pode ser obrigado a pintar um quadro pra alguém?

Serviços assim são peculiares, não entram na regra. Afinal: toda regra tem exceção.

Você jamais será compelido a prestar um serviço, desde que tenha fundamento para a escusa.

Cumprimentos.

[quote author=Roberto Dellano link=topic=127516.msg1313827#msg1313827 date=1495758861]
Levinthal, o que me assustou foi isso aqui:
https://thaylacamargo.jusbrasil.com.br/artigos/195008319/e-proibido-recusar-atendimento-ao-consumidor

Mas nesse caso aí, só seria válido para você, se ele não tivesse questionado suas condições de pagamento, se dispondo a efetuar o pagamento da entrada solicitada, e mesmo assim você se tivesse negado a prestar o serviço.
Ninguém, seja prestador de serviço, ou loja varejista é obrigado a vender seus serviços ou produtos e receber o pagamento da forma que o cliente achar melhor. Afinal você não é “Casas Bahia”.
“Quer comprar? Mas as condições de pagamento são essas! Caso não aceite, não efetua a compra”.

Dellano, já passei por essa situação pelo menos umas três vezes e o que tenho para lhe dizer é: mesmo que ela aceite sua condição de pagamento, que é basicamente a mesma que a minha, você corre o risco de ser criticado negativamente, por melhor que seja o seu trabalho.

Se já rolou um desgaste, pior ainda, pois a pessoa pode ainda querer usar este desgaste contra você, para dizer que você fez o trabalho de qualquer jeito, porque estava bronqueado com ela.

Numa das ocorrências similares comigo (trabalho com 50% antecipado, 50% na data do serviço), informei como seria o pagamento e a pessoa também se recusou; me ligou depois e eu disse que era minha forma de trabalhar e ela não aceitou. Procurou outro fotógrafo e disse que não gostou do trabalho, porém queria que eu tratasse as fotografias deste outro fotógrafo. Para não fazer, eu disse que estava com a agenda meio turbulenta e por este motivo não poderia fazer.

Passados dois meses, a pessoa me procurou para eu fazer as fotografias e ia aceitar minhas condições - pediu minha conta, antecipou os 50%, mas na data do trabalho, disse que ia me dar um cheque para 15 dias e ai rolou o stress, porque eu disse que dessa forma não faria e em 15 dias eu já estava com trabalho a fazer.

O cara saiu me xingando, disse que eu era um fotógrafo de merda e que ia acabar com minha carreira porque eu estava o roubando.

Ou seja: se no primeiro momento que rolou o stress eu já tivesse batido o martelo que aquele não era o tipo de cliente que eu queria, o segundo stress não teria acontecido e supostamente aquele cliente não teria me difamado, pois tenho certeza que isso ocorreu e deve ter gerado (sem que eu saiba), algum tipo de prejuízo.

Sendo assim, exerça seu direito de não o fazer, pois além de você não ter obrigação, você só poderá ser cobrado por algo que você fez.

Marciodeluca, é bem por ai mesmo, viu que tem a possibilidade de dar dor de cabeça, corre. Foi isso que fiz.

Obrigado Levinthal e Charles.
:ok:

Essa lei que você citou é para evitar discriminação.
Tivemos até um tópico interessante aqui sobre casamento gay.

Sobre bater o pé na forma de cobrança e trabalho estou com você.

Ano passado recusei um aniversario infantil por causa disso.
A mãe ficou enrolando para depositar o valor, liguei cobrando 02 dias antes e ela disse que iria me pagar no dia.
Eu disse que não trabalhava assim e recusei o trabalho.
Sabe aquele tipo de cliente que pensa que todo mundo está matando cachorro a grito? Pois bem, ainda me acusou de ter achado trabalho melhor e queria me livrar dela.
Como foi por telefone, mandei um e-mail para registrar o cancelamento do contrato por falta de pagamento.

Isso Vangelismmm! Você tocou num assunto muito interessante: formalizar por e-mail.

Um dos trabalhos que recusei só não me queimou de verdade com uma outra empresa, porque eu tinha oficializado a recusa por e-mail - foi bem parecido com o seu caso, onde informei que não havia recebido os 50% de antecipação e faltando acho que dois ou três dias para o trabalho, a pessoa me disse que pagaria 100% na data. Eu disse que minhas condições de trabalho não eram essas e que havia informado em minha proposta encaminhada, desta forma, como eles não haviam cumprido a parte deles, eu não faria o trabalho.

O cara esbravejou, disse depois que eu havia prejudicado a empresa dele pois não houve tempo de correr atrás de outro fotógrafo e se eu não tivesse enviado o e-mail, havia me prejudicado em um outro trabalho com uma outra empresa, pois foi citado o caso, mas bastou mostrar o e-mail para o cliente, que a situação foi entendida.

Esse inclusive é um ponto que vale a pena ser dado atenção: mesmo que para cliente pessoa física, acho que é bom enviar sempre um e-mail com uma proposta formal, pois além de dar um ar de mais profissionalismo, você fica com uma “prova” das condições ofertadas e isso, acaba sendo um antídoto para casos onde o cliente acha que fotógrafo tem que fazer tudo o que eles querem, porque nosso trabalho é muito fácil e supérfluo - se um não faz, tem uma penca que aceita.

Documentação é tudo !

E-mails já me salvaram mais de uma vez.

Diz que já tens compromisso naquele dia.

Delano, fez muito bem em não aceitar. A galera já explanou os motivos e você está certo.

Já aconteceu comigo, um casal veio fazer um orçamento, eu mostrei tudo, o cara disse assim: “Eu fecho com vc, mas vou te dar uma entrada de 50% agora e o restante quando entregar o dvd e o álbum”.

Eu disse que não, precisava de tudo pago até o dia do evento, etc. Ele esbravejou, disse que “fulano, ciclano e beltrano fazem assim, e não é melhor que eles”

“Beleza, fulano, pode ir lá e fecha com um eles, então. Vou tirar esse dia de folga e passear com minha família. Obrigado, boa tarde”

Ah, mano. Povo gosta de pisar em quem é menor né. Fulano vai no banco, é estuprado com juros altíssimos, além de ser tratado como se estivessem lhe fazendo um favor. Vai no hospital, paga uma fortuna de plano de saúde, e tem um atendimento bosta e fica quieto.

Aí, quer descontar nos outros prestadores de serviço… Tenso demais

Jogos de poder, deixei faz tempo de jogar isso, e minha vida só melhorou, quando encontro um “player” deixo falando sozinho.
E se for me queimar, que me queime, pois amigos destas pessoas não me interessam, pois seu dinheiro, muitas vezes vem de exploração ou de sangue.

Imagino que deve ser um problema sério, né. Mas não deixa barato não, mete cabeçada no joelho do cliente!!

Como o pessoal já disse, acho que tem todo o direito de recusar depois que ela não aceitou sua condição inicial. Você já tinha deixado claro que não era discriminação.

Eu pessoalmente aceitaria o encontro e ouviria a proposta, mesmo que fosse para recusar. Pelo menos seria uma chance de esclarecer o porquê da sua forma de trabalho, e se pá jogar o charme que muitos aqui têm (Teté, Mike, Rezende).

Também depende muito de quantos boletos cada um tem vencendo no mês…

Eu já deixo claro que a data só está reservada se tiver com o
contrato assinado e pagamento realizado
(cartão de crédito na assinatura do contrato, se quiser parcelar blz vai no cartão). Se fizer pagamento à vista (na assinatura do contrato) dou 10% de desconto. Nunca tive stress com pagamento dessa forma.

As vezes acontece da pessoa demorar pra definir, e muitas vezes perdem a data, principalmente em épocas de muita procura…
Por exemplo, dois casais entram em contato para a mesma data de casamento, passo orçamento, comento sobre a reserva da data mediante contrato e pagamento, um dos casais fecha, o outro demora para dar retorno (vai pensar, fazer reunião com outro fotógrafo para comparar), quando resolve vir fechar já perdeu a data… em Abril aconteceram 3 casos e em Maio mais 1 caso desse tipo. As vezes comento com o casal que isso pode acontecer eles acham que estou botando pressão pra fechar… mas é real, acontece bastante principalmente com datas de Março/Abril/Maio e Setembro/Outubro/Novembro.

Tenho casamentos agendados para o fim do ano que vem (Outubro/2018) que já estão pagos.

Também penso como nosso amigo Brupikk, a melhor forma de não ter dor de cabeça com pagamentos é parcelar no cartão de crédito, recentemente comprei uma maquininha dessas que não precisa pagar por mês e tem a melhor taxa do mercado, não me arrependo é uma mão na roda.