Certa vez me perguntaram porque eu fazia fotos, porque eu gastava tempo e dinheiro para me expor ou expor uma parte do meu gosto ou pensamento, sem ganhar absolutamente nada com isso, ao contrário, ainda gastar quantias as vezes consideráveis. Naquele momento não soube responder, resumir em palavras motivos que convencesse alguém que simplesmente não via sentido naquilo tudo, mas o pensar na resposta me fez, ao longo do caminho, formatar minha atividade, proporcionando que eu encontrasse o real sentido do que estava buscando e fazendo.
Isso foi a muito tempo. Hoje eu não me preocupo mais se preciso convencer as outras pessoas das minhas ideias, eu simplesmente as exponho, pois as fotos são para mim o resultado das minhas prazerosas experiências, onde busco sintonizar, entender, e assim gerar algo que transmita isso tudo.
A simplicidade de um momento na natureza merece todo o meu empenho para ser compartilhada da melhor forma, e isso não é gerado por qualquer motivo que não seja a felicidade de faze-lo.
Claro, confesso que já houve momentos em que me perdi, no sentido original da coisa, sai da linha de pensamento zen para entrar em frustrações por não conseguir algum objetivo específico, e ao perceber o quanto mal isso me fez, essas breves paranóias, senti que estava trilhando no caminho errado e vagarosamente harmonizei meus sentimentos até que as coisas fluíssem naturalmente de novo, mas eu me permiti isso pelo fato do meu trabalho ser totalmente autoral, eu tenho essa vantagem.
Poderia ter transformado um dos meus maiores prazeres na vida em tormento, e isso comprometeria tudo, pois para mim se não for de coração não é de verdade, não para as minhas intenções.
O porque fotografamos é algo pessoal e intransferível, os motivos e objetivos são vários e só dizem respeito ao fotógrafo, seja ele amador ou profissional, ou os dois.
E você, é feliz fotografando?
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