Bom, esse tópico é meio sem propósito específico, mas achei interessante comentar coisas que são possíveis graças a Internet, é um vício complicado mas qd bem usado é uma ferramenta absurda (e também para as impressões do show em Buenos Aires já que o de lá não tivemos muita informação aqui).
Meio de janeiro, parece que o ‘iutchu’ vai tocar no Brasil. Amigos resolvem esperar para fechar um grupo e ir todos juntos. A Folha de SP divulga datas erradas sobre que os ingressos. Quando comecei a ver que ninguém (dos amigos estava se mexendo) liguei para as agências e descobri que nem havia mais ingressos, só comprando pacotes com eles, e aéreos nem pensar, só rodoviário. Inclusive para SP onde os ingressos ainda não estavam sendo vendidos. A essa altura já era fevereiro entrando no calendário. De repente começo a achar muita mão-de-obra e um gasto exagerado, previsão de filas, stress, enfim, não valia a pena. Desisto. No final 4 amigas, irmão e os pais compram ingressos em SP e eu podia ter comprado junto, e teria companhia da melhor qualidade, mas nem sabia que iam. Tentei ligar em cima da hora, eram umas 19 hrs e o irmão delas recém havia comprado ingresso pelo telefone (isso já era a segunda venda só por tele-atendimento depois que o ‘ticketnervoso’ não deixou ninguém comprar direito na primeira), 22 hrs, tentando mais algumas vezes escuto a mensagem ‘a venda está encerrada’. Desisto². Melhor não ir mesmo, afinal não era para ser. Devia ser um sinal, rs. Fevereiro avançado, show na Globo, mesmo com as legendas para estragar, o show foi literalmente, me perdoem o vocabulário, mas foi o show mais foda que já vi, me arrepiava olhando de relance enquanto estava no micro. Decidi definitivamente, tenho que ir nessa merd*. Vou para uma comunidade do Orkut, pessoas com ingressos extras provavelmente iriam querer vender lá. Não deu outra, tinham vários, só que ficou muito em cima para ir a SP, eu chegaria lá as 19 hrs e o show era as 22 hrs, sem contar com trânsito, encontrar a pessoa, pegar ingresso, ir ao Morumbi. Bom, aí complicou, não dependia mais de mim, resolvi que aí o risco seria burrice, novamente fui para Internet, encontrei uma garota que mora perto da minha cidade com conhecidos em comum, os pais dela haviam desistido e ela tinha 2 ingressos para Buenos Aires, havia feito um curso de fotografia com o Ita Kirsch, um fotógrafo bem conhecido no RS e tio de um amigo meu. Vi que a garota ao menos existia. Combinei depósito de um sinal. Consegui ‘bus’ para garantir, mas depois na bobagem encontrei vôo Varig por quase o mesmo preço (diferença de só 19 hrs conta 1:30), o namorado da garota deu a dica do hotel (foi a única dica furada, rs…, o hotel só faltava ter marcado o desenho de um corpo a giz no chão e fitas amarelas ‘dont cross’), mas tudo bem. Para algo em cima da hora mais perfeito foi impossível. Peguei o vôo terça-feira pela manhã, fui encontrar com ela no hotel para receber o ingresso que ela ainda fez o favor de retirar em BS. Agora sim, ingresso na mão: Vertigo Tour 2006 - Miercoles 1 Marzo 22 hrs. No outro dia fui com a garota, namorado e o irmão dela para a fila as 10 da manhã, o cara já tinha ido em 8 shows, inclusive o de SP e parecia saber do que estava falando. Empurra empurra, gente correndo, os argentinos completamente desorganizados a ponto de alguns dos seguranças empurrarem as mulheres, alguns olhando atento com um picolé (helados) na mão, alguém já viu segurança comendo picolé…, 14 hrs, encontro um casal de amigos na fila. Um argentino pergunta se sou gringo, respondo que brasileiro, o amigo dele resmunga: - boludo, eu digo rindo para surpresa dele, achou que não ia entender: - no soy boludo y llamos a ganar a copa de ustedes. Os amigos dele dão risadas. Pelo visto era o único ignorante mesmo, de resto fui bem tratado, 16 hrs, abrem os portões, correria geral, um dos seguranças retardados fala: - no corre no corre, tiene lugar aca aun. Pensar que uns locos dormiram na fila, e chegando as 10 da manhã conseguimos ficar no melhor lugar, em frente ao palco menor onde podiamos ver de frente os dois (quem ficava em frente ao maior teria que virar de costas na hora que eles viessem), e era a 3 metros da banda, só com 2 garotas na frente. Aí começam as dores, nas costas, cãimbras, pés, tudo, e todos reclamando, um amigo querendo desistir. Enfim, haja conversa e assunto para as mais 6 hrs que faltavam. Comi um ‘taco’ e várias cokes e águas, olhei as camisetas na loja oficial, mas não comprei nada. Achei até uma torneira perdida no estádio e consegui lavar o rosto e ganhar um ânimo extra. Enfim, escureceu, e enquanto a arquibancada fazia ‘olas’ e nós embaixo agradeciamos de volta, entra Franz Ferdinand no palco. Uma amiga que gosta muito dos caras, definiu-os como ‘fofos’. Eu já esperava a bomba, mas mesmo assim todo mundo deu um salto de dois metros no primeiro acorde. A empolgação não durou até o segundo, ninguém mais se mexia, até o final. Mais 40 minutos de espera depois. Até que enfim, começa a musica que sempre toca antes do show. Os caras abrem como no Brasil com Blinding Lights, Vertigo que jogou a galera lá em cima, e Elevation (melhor música p mim), e que durou uns 10 minutos. Qd acabou, eu acabei, fui descansar um pouco (sim, na hot area tinha espaço de sobra, eles não deixam encher, dava para ir beber uma coke e voltar tranqüilo quase no mesmo lugar). Isso tudo a 3 metros da banda, no palco menor e a uns 10 metros no principal. No final me empolguei de novo, e sairam e voltaram duas vezes, todo mundo meio entorpecido qd acabaram, e não sou fan, só acho que foi um espetáculo da melhor qualidade e valeu cada centavo. Vantagens: tocaram três músicas mais que no Brasil e pude assistir o show daqui pela TV. Desvantagens: acho que eles foram mais frios, parecia mais com trabalho, aqui parece que se emocionaram mais, o amigo que foi em SP concordou. Mesmo assim foi muito bom, só talvez no próximo eu vá de platéia para poder chegar tarde e assistir sem me preocupar com cansaço. Mas definitivamente é válido o comentário de que é o tipo de coisa que se tem de fazer uma vez na vida. Era isso.