Porque se usa o idioma ingles no Brasil?

Alguém sabe explicar esse fenômeno?
Tem alguns termos que não tem tradução ou são jargões técnicos consagrados, o que é compreensível.
Percebo porém que na maioria das vezes existem palavras no nosso belo idioma que poderiam ser usadas mas são preteridas pelo ingles.
Porque?
Dá um verniz de sofisticação?
O titulo em ingles faz a foto ficar melhor ou mais importante?
Porque fake news e não boato? É até mais curta a palavra.
Porque street e não foto de rua?
Outro dia vi um cartaz numa loja com o seguinte: “Venha dar um up no seu glow”.
E o pior: muitas vezes quem usa não estudou ingles, não sabe o que está falando e escreve errado.
Falta orgulho da nossa cultura.
Sobra admiração da cultura dos EUA, e alguns até comemoram o halloween e o 04 de julho.
Confesso que fico irritado e envergonhado por sermos um povo assim.

Eu moro nos EUA, então já peço um desconto de antemão… Mas minha opinião:

  1. O funcionamento da mente humana: muitos artigos estão originalmente em inglês, então as pessoas entendem o que o termo significa mas não se dão ao trabalho de ver se há tradução praquele termo;
  2. O fator de desenvolvimento: muitas tecnologias são criadas fora do país e, portanto recebem nomes naquele idioma. Alguns termos em português nem mesmo expressam a ideia por trás: day-trade, USB… Fake news é um bom exemplo: não é a mesma coisa que boato. Um é uma publicação altamente distorcida (ou que induz a um erro deliberado), normalmente com origem bem definida e o outro é tão somente uma história da qual se ouviu falar sem saber bem de onde veio.
  3. Em Portugal, parece que há uma preferência maior por traduzir vários termos. Você clica (que já e um termo adaptado) no rato, e vê informações no ecrã. Sei que os patrícis estão em condições melhores que nós, mas não creio ser este o motivo. Quando muito, uma consequência do orgulho nacional.

1- A grande maioria nunca leu um artigo em ingles. O que acontece é imitação de imagens que aparecem nos filmes;
2- Fake news é boato sim. Boato ou embuste é mentira ou verdade distorcida;
3- Palmas para os portugueses, por mais estranho que pareça chamar mouse de rato.

Só acho estranho a tradução de nomes.
O nome do príncipe Charles é Charles e não Carlos.
A cidade belga de Brugges também é chamada de Brugge (pronúncias totalmente diferentes), assim como London é Londres, mas aí é outra estória.

em partes é culpa das novelas da finada Globo que colocava jargões em tudo que era novela de época… Italiano, Inglês, Indiano… inventavam uma língua mesclada que não existia…

Pois é, sempre me pergunto o porquê disso… Acho que muitas pessoas devem achar que passa um ar mais sofisticado, sei lá, mas pra muitas é só uma questão de que todo mundo usa… Em fotografia é geral, ninguém traduz mais terminologia nenhuma.

Outro dia um primo, que acabou de começar na fotografia, veio me perguntar se eu mudo muito o shutter… Não entendi a pergunta, e ele não consegui me explicar, no fim descobrimos que ele falava da velocidade do obturador, shutter speed. Mas ele mesmo não sabia do termo em português, porque explicaram pra ele assim: shutter. Nem mesmo shutter speed, ahahahah.

Eu sou um dos chatos que tenta usar ao máximo todos os termos em português possível. Mas pra algumas eu já me rendi, como viewfinder, quando eu falo visor ocular ninguém sabe o que é, rsrs…

kkkk essa do shutter foi braba! :hysterical:
Eu uso o termo visor entre meus conhecidos fotógrafos e parece que todos usam.
Estamos chegando ao cúmulo de usar PRINTAR ao invés de imprimir.

Na engenharia algumas expressões em inglês acabam dando um sentido mais específico que o português.
No “Autocad” (programa gráfico), se você disser: “José, as camadas estão erradas!”, provavelmente ele ficará se perguntado qual camada (cobertura, sequência, material, etc)?. Se falar “as layers estão erradas”, ele saberá que se trata de um recurso de visualização no desenho.

A mesma coisa ocorre com settings/configuração e plotar (folha A1 ou A0)/imprimir (folha A4)… :smiley:

E isso não ocorre apenas no Brasil: no Japão tbm enfrentam dilema semelhante. Quem é idoso tem certas dificuldades em compreender algumas letras de músicas e revistas atuais.

Bom, eu fotografei eventos corporativos durante muitos anos, a quantidade de termos que eles usam do inglês é absurda. No começo eu confesso que não entendia muito, ahahahah. Pra mim, pior ainda do que “printar” é quando falam “startar”, nessa eu quero vomitar, ahahahah…

Discordo que boato e fake news sejam a mesma coisa.

Boato é sinônimo de rumor, coisa não confirmada.

Fake news é um mentira enlatada para parecer verídica e distorce ou cria fatos, não rumores.

Concordei com o Humberto aí em cima: quem nunca leu, ouviu alguém falar e aprendeu com aquele nome.

Eu, até quando leio um livro em inglês, às vezes me forço a ler traduzindo porque entendo a ideia em inglês, mas não consigo formular aquele pensamento em português.

(Havia escrito essa resposta no WordPad e esqueci de postar. Ficou um pouco repetitivo; perdão)

Sobre estrangeirismos:
Fake news é diferente de boato. Fake news é notícia falsa. O boato é uma história que o povaréu espalha que não se tem certeza da veracidade.
Morei por muito tempo no Japão. E lá o pessoal usa o inglês com muito desprendimento. Eles pegam palavras inglesas e cortam ao meio e juntam com outras pra formar uma terceira que inexiste em inglês formal. Chamam isso de “waseeigo”. Exemplos: Personal computer virou “passocon”. Pipe wrench (grifo) virou “pairen”. Electric tone virou “erekuton”. E por aí vai. Engraçado que os japoneses usam muito à vontade o inglês e o waseeigo. Mas os brasileiros que lá estão acham que isso é errado; acham que os japoneses têm de usar o japonês mesmo, sem estrangeirismos. Então, creio, os brasileiro não rejeitam o inglês em defesa do português, mas, sim, por antiamericanismo.
Eu, de minha parte, não tenho nada contra estrangeirismos. Mesmo porque, se formos “pegar no pé” disso, a gente vai ter de rever palavras como futebol (ludopédio), piquenique (convescote), abajur (candeeiro), alfaiate (costureiro) e por aí vai.

De minha parte, tenho várias críticas aos EUA mas nenhuma delas passa pelo idioma. Pelo contrário, sou fascinado pelo inglês e tento sempre treinar pra quem sabe um dia dominar essa língua.

No geral sou contra estrangeirismos sim, penso que temos que preservar nossa língua, assim como nossa cultura. Mas penso que o principal é que a linguagem facilite a comunicação, então não tenho problemas com termos já consagrados. Em informática por exemplo, eu uso tudo em inglês, deletar, enter, hardware, e por aí vai. Porque se invento de usar os termos traduzidos ninguém entende. É o mesmo caso que o Rick falou do termo layers.

Mas quando meu primo usou o termo shutter e eu precisei de uns minutos pra entender do que ele tá falando, já atrapalhou a comunicação. Quando eu fotografava eventos corporativos e os palestrantes usavam todos aqueles termos em inglês eu não entendia nada. Tá certo, eu não era o público deles, quem precisava entendeu. Mas da primeira vez que falaram que iriam me brifar o evento, fiquei boiando. E por aí vai.

Em tempo: é uma luta diária pra fazer meus filhos (10 e 8 anos) falarem português: se deixar, eles só conversam em inglês. Além da nossa interação e de alguns filhos de amigos que também são brasileiros, tudo que conseguimos fazer é dar livros e ver desenho animado em português. Mas, adivinhe, boa parte dos desenhos têm tudo escrito em inglês…

Eu tenho uma prima que mora nos EUA e eles têm 3 filhos nascidos aí, eles também têm dificuldade de fazer os filhos falarem português. Eles entendem 100% do português, mas só respondem em inglês. Daí, todo final de ano eles vêm ao Brasil e os meninos mais novos não conseguem se fazer entender pelos primos e nem pelos avós… Só a filha mais velha que responde em português.

Que doido isso :hysterical:
As crianças tem poderes de aprender tão facilmente? :o

Dizem que até os 8 anos de idade, mais ou menos, a criança consegue aprender dois idiomas com a mesma facilidade com que aprende um só. Não sei o quanto isso é verdade, mas eu adoraria ter tido mais contato com o inglês e com o espanhol quando criança, rsrs…

Os meus só falam com a gente em português. Mas eu vejo que, à medida que eles crescem, aprendem novas palavras em inglês, na escola, TV ou streaming (olha aí uma palavra cuja tradução não faz sentido). Daí eles ouvem palavras o dia todo em inglês, e a tradução vem muito pontual, quando eles conversam com a gente. Mas o inglês deles é classificado como nativo, pela própria escola.

Aí, olha que interessante! Acho que esse contato com outros idiomas na infância é muito importante mesmo. E acho que vocês fazem muito bem em insistir no português com eles! :ok:

É verdade, nem lembrava disso. Eu também, acho muito legal quem sabe falar além do seu idioma nativo.

Que idade tem os seus pimpolhos?

Não dá para negar as origens. Mesmo que nasça nos EUA eu faria aprender português também kkk