Este tópico era para estar na galeria (cadastrei aqui por engano), mas vai então uma historinha para bater com a área de equipamentos
As fotos abaixo são da minha mais nova câmera velha, uma Canon F1 da primeira geração, lançada em 1971. A seguir, foi lançada a F1n em meados dos anos 70 e a F1 New, em 1981, que me foi roubada há uns meses. Essa máquina era a Mark III dos anos 70, mas hoje não possui nenhum recurso de dar inveja às DSLRs de entrada, exceto o fato de funcionar sem baterias e a sua robustez. Talvez o mirror lockup também fosse algo a ser mencionado. A claridade do visor é outro ponto a favor, ainda que a F1 New a supere neste quesito.
O primeiro problema que eu encontrei ao começar a utilizar a câmera foi o fotômetro. Essa máquina usava baterias de mercúrio, que foram proibidas no mundo inteiro há alguns anos por motivos ecológicos. O problema não ocorre na F1 New, que é uma câmera híbrida (mecânica/eletrônica) que usa baterias alcalinas comuns tipo 3LR44.
A grande vantagem das baterias de mercúrio era a sua estabilidade em relação à voltagem. Desta forma, as câmeras da época (diversas marcas usavam baterias de mercúrio) não precisavam de estabilizadores de voltagem. Durante toda a vida útil a voltagem permanecia praticamente constante, em torno dos seus 1,35V. Hoje, existe a ampla oferta no mercado de pilhas alcalinas de 1,5V de menor qualidade, e que ao longo da vida útil podem decair cerca 0,5V. Esse patamar é inaceitável para a câmera pois produziria erros grotescos de fotometria. Além disso, não existem mais baterias de 1,35V. Qualquer adaptação requer um redutor de voltagem.
A melhor solução que eu encontrei para o problema, após pesquisar na internet, foi a recomendação do uso de baterias silver-oxide ou óxido de prata. Essas baterias não são tão estáveis quanto às de mercúrio, mas são o que há de melhor no mercado hoje em dia. Relógios de pulso de qualidade e instrumentos médicos de precisão as utilizam - aliás, quando forem comprar pilhas para relógios, comprem essas, pois têm uma durabilidade maior também. Adicionalmente, tive que comprar um adaptador que reduz a voltagem da bateria de 1,55V para 1,35V (o adaptador pode ser obtido pelo e-mail battery.adapter@orange.nl e chega no Brasil por 16 euros (frete incluso).
Agora, algumas fotos. O filme de estréia é um Kodak Ultra 400. Como eu não estava a par dos problemas de fotometria nas primeiras fotos, acabei mandando fazer pushing do filme para ISO800 e reduzir o risco de subexposição no início do filme. O scan do negativo gerou fotos com um color cast puxado para o verde. No monitor do meu note, parecia tudo corrigido após mexer nas curvas de magenta e amarelo. Porém, talvez vocês ainda percebam este aspecto em seus monitores.
Especificações:
Kodak Ultra 400 com pushing para iso 800; Canon FD 28mm F2.8, filtro polarizador.
http://img75.imageshack.us/img75/4261/gaso1rm8.jpg
http://img184.imageshack.us/img184/1819/gaso2rd8.jpg
http://img300.imageshack.us/img300/4623/gaso3vm7.jpg
Para quem estiver com dificuldade de visualizar as imagens: