Negativos de Colódio

Escrevi sobre isso para o pessoal do Fotoclube BH e achei interessante compartilhar aqui.

Colódio é um composto de Éter e Álcool em uma solução de nitrato de celulose. Foi inventado por Frederick Scott Archer, que teve a ideia de unir os sais de prata, em 1851, numa placa de vidro. O processo ficou conhecido como "Colódio Úmido".

Esse processo, acabou com o uso da albumina, pois essa necessitava de vários minutos de exposição para fixar a imagem. Porém havia o inconveniente de preparar a mistura, expor e revelar o material num curto intervalo de tempo.

O tempo médio de exposição caiu de 15 minutos em média para 30 segundos com o colódio.

Pois bem, atualmente o professor e fotógrafo David Prifti - pra não dizer que só eu gosto das velhinhas - resolveu fazer renascer o processo, e de posse de uma Câmera View, de 8 x 10", começou a brincar com o Colódio em vidro.

Dá pra sacar na foto acima do obturador da câmera tratar-se apenas da tampa da lente, que era removida e colocada no lugar novamente.

http://www.gaxxi.com/fotoritim/fotoritim/gorsel/dosya/1199549697priftiworking.jpg

E vejam só o que deu:

http://www.lensculture.com/prifti_images/prifti_1.jpg

http://www.lensculture.com/prifti_images/prifti_2.jpg

http://www.lensculture.com/prifti_images/prifti_3.jpg

http://www.lensculture.com/prifti_images/prifti_4.jpg

http://www.lensculture.com/prifti_images/prifti_5.jpg

http://www.lensculture.com/prifti_images/prifti_6.jpg

http://www.lensculture.com/prifti_images/prifti_7.jpg

http://www.lensculture.com/prifti_images/prifti_8.jpg

Que fantástico! :clap:
Gostaria de ter tempo de experimentar… Vc já fez alguma vez? Pelo q eu entendi, o processo é o mesmo de um gf, vc foca pelo fresnel e depois coloca a chapa de vidro?

Nunca fiz nem tenho câmera pra isso. A minha Grande Formato não suporta um “negativo de vidro”. Necessitaria ser ainda uma bem velhinha. Ou então uma “Gambitech”. :slight_smile:

Bem legal isso, é diversão certa. Já tinha lido a respeito e gostaria de experimentar um dia…
Elmo, conhece cianotipia? Interessante também.
Outro produto que estou procurando é a emulsão Work que pode ser aplicada em qualquer superfície, depois projetar (ampliar) um negativo sobre ela e revelar normalmente, como se fosse sobre papel fotográfico. A Dina importava o produto mas acho que parou.

Que GF vc tem? Um dia, quem sabe um dia eu entro nessa rs. Esses dias mesmo vi uma Sinar pra vender, até perguntei o preço rs…

Arnaldo, conheço não. Vou pesquisar.

Lucas, tenho uma Ômega View. Essa aqui da foto:

Olá Elmo, é bom ver você com a mão na massa literalmente, mas na foto do ensaio, pq o uso da luva, os produtos são perigosos?

Gostaria de saber como é o funcionamento interno destas câmeras. Qual seria a dinâmica do Fole na fotografia? Nunca estudei isso.
Obrigado
abração. :clap:

Pessoal, excelente artigo.
Inclusive re-publicado no meu blog → Abobe Photoshop Lightroom Presets Curso de Edição de Fotos e Tratamento de Imagens

Elmo, mais uma vez parabéns.

Abs
Henrique Ribas

Olá Elmo
excelente tema,

Eu sou mais um dos interesados em processos históricos (ou alternativos) ainda não tentei nenhum, mas assim que terminar uma reforma em casa vou atrás dos materiais pra cianótipos e goma.

Sobre o negativo de vidro, pra quem tiver vontade de tentar, em alguns casos pode ser substituído por uma placa de acetato ou mesmo um transparência dessas que encontramos em papelarias. Isso vai depender da característica da emulsão, acho que se pega em vidro pode pegar nesses plásticos.

Arnaldo Tomazetti,
Sabe se a emulsão work é a mesma coisa de emulsão Rockland?
Já vi alguns trabalhos com ela em tecido e porcelana, é uma técnica bem versátil.

Acho que vale a pena passar alguns links,

(um dos melhores sites sobre o assunto)

(em fotografia pensante tem uma geral sobre varias técnicas)

E pra quem quer ver algumas fotos tem o grupo do flickr

EU gosto muito do trabalho do “Hans de Bruijn” com goma bicromata, ex: Madeira Market | Madeira, november 2008 Gumprint, 6 layers. … | Flickr)

Erivaldo Casado

Mateus,

Permita-se adiar a resposta a esta sua questão, pois o dia está bem tumultuado hoje e quero dar atenção devida a que sua dúvida merece. Creio até um tópico novo seria oportuno para essa resposta.

Quanto à duvida sobre o uso de uma digital numa Grande Formato, respondo com duas fotinhas:

http://www.fotodiox.com/shop/images/lens_mount_adapter_27/4x5_Nikon.jpg

http://www.northlight-images.co.uk/content_images/mpp-canon/full-extension.jpg

E veja detalhes em:

http://www.northlight-images.co.uk/article_pages/canon-view-camera.html#view_camera_use

Noss,a muito interessante.
Mas eu queria adaptar uma digital dentro, sem ninguém saber que lá tem a digital entendeu?
A idéia é levar a máquina numa praça e fazer as fotos, só que dentro é uma digital e depois revelar na hora para a pessoa.
Ah, e onde eu posso achar uma desta com fole, ou este material de fole para fazer o teste?
obrigado

Não Mateus, não entendi. Não entendi nem o propósito disso.

Casado, lí rapidamente (depois vou ler com calma) o link do Luiz Monforte, parece ser a mesma coisa.

A emulsão Work (work é marca da Tetenal) já vem pronta e tem que aplicar sobre a superfície e a secagem se dá fora do alcance da luz.
Quando a superfície não oferece boa aderência, como é o caso do vidro, aplica-se antes uma solução de gelatina, (aquela comestível comprada em super-mercado)

Essa outra que vc indicou, a rockland, é fácil de encontrar pronta ou manipular a partir dos componentes?

Maravilhoso o resultado, fotografia pura! Aqui vai a galeria de um membro do flickr que tambem experimenta com estas coisas:

Imgur

Abs

Muito bom, Elivero. Até adicionei o cabra!

Elmo pelo que entendi a idéia do Mateus é usar uma caixa (como uma grande formato) com uma digital dentro para fazer serviço de lambe lambe nas praças… Acredito que seja algo para dar o ar bucólico da profissão, mas poder usar o digital como ferramenta de trabalho.

Leo, um erro comum é pensar uma Câmera de Grande Formato como sendo a que o Fotógrafo de Jardim (pejorativamente chamados de lambe-lambe) usava em suas atividades.

A câmera do Fotógrafo de Jardim era muito simples, como mostra a foto abaixo:

http://www.laurie.com.br/wordpress/wp-content/uploads/antigas/20050706-lambe1.jpg

É praticamente uma caixa onde o fotógrafo, nela mesma, fazia suas revelações dos filmes usados. Essa romântica câmera (na maioria dos casos com três opções de abertura tão somente), entretanto, fica longe de ter a capacidade de uma Grande Formato.

Possivelmente o fato de que era necessário cobrir a cabeça para verificar a imagem no despolido, comum às duas câmeras, seja o motivo dessa confusão.

Aconselho, então, caso seja esse o objetivo do Mateus, que o mesmo construa a coisa em uma caixa, e não com um fole.

O fole existente nas câmeras dos Fotógrafos de Jardim não tinham o obetivo total das câmeras de Grande Formato, serviam apenas para focalizar, ou seja, afastar a objetiva do plano do filme. No caso das Grandes Formatos, o fole - ou mesmo o balão - são usados para, além de proporcionar o deslocamento do filme à objetiva, proporcionar a flexibilidade para os diversos movimentos dos planos da câmera.

Essa foto mostra que nada tem a ver uma câmera de um Fotógrafo de Jardim com uma Grande Formato:

http://www.dkimages.com/discover/previews/742/76449.JPG

Sim Elmo eu sei que existe um abismo entre as GF atuais e as câmeras de lambe lambe rs… Os fotógrafos lambe lambe certamente não usuariam esses monstros sofisticados que temos hoje… Apesar de conceitualmente essas câmeras de lambe lambe serem GF, elas são absurdamente mais simples do que as GF que estamos acostumados a ver (outro dia vi uma dessas no museu da imagem e do som, que era de pinhole, não tinha nem lente :eek:). :slight_smile: É que pelo que ele falou me deu a entender isso, que ele quer algo como uma câmera de lambe lambe, só que digital. Concordo plenamente que usar uma câmera moderna de fole não vai ser uma boa idéia rs. :slight_smile:

Olhara o site do David Prifti? Muito bom!

Eliverto, muito bom o link, adicionado!

Arnaldo Tomazetti,
Cara, pra ser sincero eu não sei se é fácil achar por aqui a emulsão de rockland,
achei pra vender lá fora, http://www.amazon.com/Rockland-Colloids-Liquid-Light-Emulsion/dp/B00023JE3O

Confesso que não li muito sobre essa emulsão, me parece que Rockland é um produto comercial, acho que a emulsão em si é uma variação de colódio seco.
Sobre produzir a emulsão, achei esse link com protocolo bem explicado, Film Emulsion
Pra complementar: Tanguay Photo Mag

Os reagentes não são difíceis de encontrar no Brasil, basta procurar um fornecedor pra laboratórios (em Brasília tem a Genética).

Corrigindo, parece que essa técnica não funciona bem com plásticos, se alguém um quiser tentar o melhor é procurar uma técnica eu use colódio seco, essa técnica do Frederick Scott Archer é o colódio úmido.

Pra acabar eu queria lembrar que a maior parte desses reagentes é tóxica, podem provocar desde queimaduras leves a sérios problemas respiratórios. Se alguém for tentar alguma dessas técnicas e bom ar uma lida sobre os reagentes e sobre o cuidados que devem ter com eles. Sempre usar luvas e óculos de proteção.

Abração
Erivaldo Casado

Elmo, essas fotos feitas com negativo de çolódio são maravilhooooosaaaasss !!
Gente, que coisa mais linda. :wub:

Tive na minha família o primeiro médico brasileiro a realizar uma cesariana com sucesso ( Dr. Hector Adams) , , e há pelo menos uma foto da gestante no pós operatório em um negativo sobre vidro. Não sei dizer se foi feito com o Colódio, o que vc acha? Há outras químicas que foram usadas sobre vidro?

Este negativo está com minha família, no BR, na próxima vez que eu fôr quero ver se consigo fotografá-lo e posto aqui.

Tenho uma Cambo Ultima 23 , e usei muito umas 4x5 na escola, com filme. Minha Cambo tem back digital, nunca usei filme nela.
:slight_smile: