Dependendo do Algoritmo

Big techs controlando a navegação e determinando conteúdos da internet, direcionando interesses e dificultado o acesso a informações e conhecimento de outros países e culturas. O mundo “globalizado” esta ficando cada vez mais limitado e regional e comercial. É muito trabalhoso ter acesso a outras culturas e ao conhecimento fora da bolha que criaram pra vc.

Como é que vcs pensam esta questão???
Como escapar disso???

Várias questões aí…

Tem que ter muito senso crítico e outras alternavivas de pesquisa e navegação. Por exemplo usar outros motores de busca que não o Google, Yahoo e Bing. Um bom é o DuckDuckGo.

Não ficar vidrado e viciado em plataformas tipo Facebook, Instagram, YouTube e Tweeter. Tem gente que não dá um passo na vida sem consultar. Novamente o senso crítico é fundamental.

Se possível viajar para o exterior. Só assim se tem contato de verdade com outras culturas e pontos de vista de uma forma mais honesta. Muita gente so percebe na m… que vive depois de viajar.

Eu não tenho redes sociais, uso outros buscadores além do Google e busco informações de forma ativa, acessando fóruns, blogs e sites de meu interesse. Então, não sinto muito essa coisa do algoritmo pois não fico consumindo informações passivamente.

Sites de notícias, quando vejo — o que é bem raro — gosto de ver vários, pois as interpretações são muito distintas. E tento ao máximo ir nas fontes. Ver os dados originais, ver os estudos originais quando são citados em algum texto… Ter o máximo possível da informação “pura” e tirar minhas conclusões, sem passar pelo viés de um veículo de comunicação.

Vou fazer uma comparação que parece infundada, mas não é, não:

Há cem anos atrás, com o advento do automóvel, pais preocupados se perguntavam “Nossa, como vai ser agora? Meus filhos vão precisar olhar pros dois lados da rua pra atravessar? Não podem mais atravessar a rua correndo, sem olhar
pros dois lados
?”. Cem anos depois, uma das primeiras coisas que ensinamos às crianças ao andar na rua, é que é necessário olhar pros dois lados antes de atravessar a rua.

Da mesma forma, hoje dizemos que estamos em uma bolha, da mesma forma que antes as crianças não precisavam olhar pros lados. Eu já ensino aos meus filhos pra desconfiar quando todos os amigos deles concordam sobre a maioria dos assuntos. Assim como ensino a eles a desconfiar quando a notícia parece inverossímil, e pesquisar em várias fontes.

Dito isso, não é uma coisa fácil. Passamos por um momento de mudanças muito profundas. O momento atual é bem mais complexo que olhar pros dois lados antes de atravessar a rua. Então me causa um pouco de irritação quando vejo aqueles vídeos mandados por alguns amigos, argumentando como as novas gerações são deprimidas, desorientadas, perdidas, etc. Eu diria que hoje quem não está meio perdido está, na verdade, mal informado. A diferença é que nós, “adultos”, crescemos em um mundo cheio de certezas que agora são questionadas o tempo todo. Não é pra menos que a garotada agora é tão confusa. Nós, adultos, ficamos esperando pela hora em que tudo vai voltar a fazer sentido. E não vai voltar.

Em resumo: hoje o mundo nos parece complicado. Daqui a 20, 30 anos, as dificuldades que temos hoje serão molezinha frente aos desafios do futuro.

Pois é, num tem jeito, e não vamos poder viver sem o conhecimento digitalmente organizado.

Eu fico imaginando o seguinte, vamos pegar 2 temas apenas: musica e fotografia, ambos ligados a arte, a arte é dinâmica e, digamos, que vai “evoluindo”.

Musica:
Quando eu era mais jovem o conhecimento musical era fechado, conhecíamos apenas aquilo que as gravadoras e rádios da época queriam nos mostrar, digamos, era um mundo fechado.
Dai veio a internet a coisa se organizou, depois de algumas modificações na maneira de se ouvir musica, hoje temos grandes provedores, de certa maneira globalizada. Apesar de que, ainda, com um algoritmo definindo aquilo que é nosso interesse, e com quase nada do mundo musical underground, mas com possibilidades de se encontrar com coisas diferentes. Temos outras plataformas tbm, como o YT, que com muito trabalho conseguimos escapar dos “interesses relevantes que preparamos pra vc”, para pode nos encontrar com quase tudo que se faz atualmente na musica por ai.

Fotografia:
Obviamente que ainda posso utilizar ferramentas que me levem com algum esforço para outros lugares e culturas, mas a fotografia continua como no passado, até o momento ainda não conseguiu se organizar de maneira consistente. Alguns grandes sites por ai, instagran, flickr etc…, alguns museus, algumas galerias, alguns sites onde as pessoas podem publicar gratuitamente os seus trabalhos, mas tudo ainda muito bagunçado e pouco acessível. Um mar de imagens desorganizadas e inacessíveis. Será que algum dia haverá uma maneira mais organizada, com um formato amigável, com busca especializada, um grande diretório com amigável para o consumo??? Obviamente que para se estabelecer precisa ganhar dinheiro com isso.

Até o cinema já esta mais organizado, mas a fotografia não.

Vcs já pensaram nisso??? Como vai ser o futuro??? Será algum dia mais fácil se consumir fotografia???

Não estou falando de equipamentos.

Quanto a fotografia, sinceramente isso não me afeta, pois fotografo para mim basicamente. Não vivo nem nunca vivi de fotografia portanto não preciso de exposição (na verdade nem curto muito).

Entendo que para os profissionais que vivem disso, o problema e a demanda são outros, mas para isso existem os sites e blogs particulares e as campanhas de marketing sejam pagas ou não. Não acho que plataformas dedicadas, salvo raras exceções funcionem bem. Talvez um Getty e similares, mas podem ter certeza que para alguém do público chegar no seu trabalho será bem difiícil, tem muita gente, muitos trabalhos parecidos e sem um trabalho proativo do fotógrafo a coisa com certeza não cai do céu.

Não acho que sites tipo Flickr irão evoluir mais do que já estão.

Antonio, compreendo o seu ponto de vista mas eu não estava falando de portfólio, nem de necessidade pessoal de exposição.

A proposta do bate papo é sobre a facilidade e o prazer de saborear e consumir fotografias de sociedades e culturas que a gente não conhece, que não tem fácil acesso.

Dá no mesmo, conseguir achar alguma coisa ou ser achado não é muito fácil.

No instagram se acha tudo hoje em dia. É só saber o que se quer e procurar por hashtags.
Não entendi muito bem o questionamento do tópico… nunca foi tão fácil ser achado e achar conteúdo como hoje.

Hashtag é a coisa que menos funciona atualmente no Instagram.
Os produtores de conteúdo abandonaram e as novas gerações não buscam por hashtag.
Entenda por nova geração qualquer pessoa que entrou no insta depois que o feed cronológico caiu.

Inclusive o próprio Instagram anunciou em um evento recente que buscar conteúdo na plataforma é ruim e que teremos novidades em breve.

Eu acho que existe é facilidade de achar informação e existe também muita informação disponível.
Mas os algoritmos precisam de alguma base para indexar os assuntos e direcionar os resultados das buscas.
Quando falamos de fotografia, por ser um campo da arte muito subjetivo, fica mais difícil esta sugestão nos resultados.
E aí pode ser que se busque por um assunto e esta subjetividade te leve a outro.
Se por um lado a informação está muito acessível, por outro ela é bem específica se você quer ir direto e rapidamente a um ponto.
Então se você busca por Henri Cartier-Bresson, por exemplo, é mais direto digitar o nome dele e cair na Magnum do que digitar “foto de homem pulando uma poça de água”, esperar e ir parar em um conteúdo diferente.
Os mecanismos de busca são ótimos, mas a rapidez e eficiência, dependem muito do conhecimento e da especificidade de quem os usa.
A dificuldade não é achar, é saber o que se quer achar.

Eu acho que isso sempre aconteceu.
Somos controlados desde o início do capitalismo…
Primeiro por que antes da internet, as notícias eram recebidas por jornais, telejornais, rádio.
E quem controla a linha editorial desses meios? Quem sempre controlou. Quem tem $$$.
Ainda hoje é visível a apresentação de matérias pagas ridículas em Jornais super conceituados como JN, Jornal da Band e até em programas do nível do Fantástico, por exemplo.
Hoje temos muitas fontes de informação. Pois a internet está ao acesso de quase todo mundo.
Mas os caras do $$$ se deram conta, através inicialmente do Facebook, que passou a usar algoritmos para “aproximar” os usuários, que era preciso e possível controlar o conteúdo que se tem acesso, o que as pessoas podem ou não ver.
Essa semana o episódio do Greg News - youtube - abordou esse assunto indiretamente. Na questão de manipulação exercida pela mídia, conforme seus interesses. Claro que ele falou somente o que lhe convinha. A sua interpretação. Mas aí é que está o grande ponto.
Qual a sua capacidade crítica e de interpretação, para assimilar uma informação somente após essa “digestão”.
Eu costumo tentar me informar em vários locais sobre o mesmo tempo. Quase todos os grandes jornais tem sites em inglês hoje em dia.
Agora nessa visita super produtiva do Bolsonaro em NY, eu fui ler nos jornais lá dos States qual era a interpretação deles sobre o tema. Pois aqui é 8 ou 80. Ou ele foi um idiota passeando sem máscara por NY ou ele foi um negociador extremamente hábil que vendeu super bem a imagem do BR e encontrou várias oportunidades de negócio apesar do pouco tempo que esteve lá.
Além disso tudo, temos uma enxurrada de fake news, que apesar do que se pensa, é um sistema muito bem montado e financiado. Não é um tiozinho escrevendo asneiras. Há equipes de marketing especializadas na criação e difusão de fake news…
Há muitos anos atrás vi um documentário no Youtube, bem daqueles de teoria da conspiração, chamado Zeitgeist. Deve ter lá ainda.
Mas a realidade é a seguinte, não tem como se inserir no mundo moderno sem sofrer interferência dos tais algoritmos.
Cada vez será mais presente e mais potente.
Cabe ao indivíduo reconhecer isso, interpretar e, por fim, ceder ou não a essa interferência.

Éh assim, parece que o mundo esta aberto, temos essa sensação, porem não existe facilidade de se encontrar com nada além daquilo que os mercados te proporcionam.

Temos a internet teoricamente aberta e com potencial de acesso ao conhecimento de culturas nunca antes imagináveis, porem continuamos vivendo na época do “rádio AM” (figurativamente entenda por ex musica e fotografia).

Existe uma barreira de interesses patrocinados das big techs que impedem essa mistura cultural.

Tudo bem se vc me disser que pouca gente se interessa por algo que eu imagino mas não conheço, é que eu sou um daqueles que gosta do mundo digamos “underground” no sentido da novidade, eu gosto de passear tendências em nações desconhecidas para mim.

Por exemplo, o que é que está rolando na Polonia hoje??? E na India??? E na Indonesia???

Seja qual for a rede social, qq uma delas o cerco é o mesmo.

Exatamente. E também COMO achar.
Eu adicionaria também ter a capacidade de extrair informações corretas e ignorar as incorretas.
Quantidade de dados não significa qualidade de dados, mas isso é muito óbvio.

Do capitalismo ? O controle está na mão de quem tem o PODER seja ele monetário, pela força, ideológico ou religioso.

Sempre fomos desde sempre…
Capitalismo, feudalismo, absolutismo, socialismo, comunismo e todos os ismos mais sempre fizeram isso e sempre com uma eficiência assombrosa mesmo antes da era da informação.

Sinceramente, cara, não acho isso.
O mundo está aberto sim, as possibilidades são infinitas sim.
Está faltando nas suas diretrizes, ir nas fontes certas, como o António disse 2 posts acima.
Acontece que as coisas mais interessantes não estão no radar tão facilmente.
Vc tem que garimpar da mesma maneira que garimpa para achar uma lente em bom estado, com boa ótica e se possível, barata.
Agora, é importante dizer que se muitos destes buscadores não existissem, talvez nem na sua esquina vc soubesse que está lá aquela exposição que vc sempre esperou para ver.

Para vocês terem uma idéia, eu perdi uma documentação técnica sobre diversos “fósforos” (substâncias luminescentes) fabricados pela Nichia que me enviou amostras uns 16 anos atrás. Fui correr atrás, e mesmo com os códigos dos produtos não encontrei nem no site do fabricante. Entrei em contato com o fabricante e nem me responderam.

O que me salvou foi o Wayback Machine, senão eu estava lascado, teria que levantar os espectros de absorção e emissão das substâncias.

A busca normal retornava um monte de besteiras relacionadas aos produtos mas nada realmente útil para mim. Ou seja, tem realmente que saber o que e como procurar.

Outro problema é que a publicação de conteúdo aumentou absurdamente e com isso uma quantidade gigantesca de informações incompletas e mesmo erradas ficaram disponíveis. Isso em todas as áreas.

No caso de imagens, videos e música a coisa é mais complicada. Uma vez vi no Youtube um quarteto de cordas tocando música regional nordestina de uma maneira espetacular. Esqueci de fazer o bookmark e nunca mais encontrei, e olha que tentei MUITO.

Tags faltantes, errados ou imprecisos praticamente inviabilizam uma busca.

Existem também motores de busca mais voltados para certas áreas, por exemplo o Wolfram Alpha. Tem coisas que se buscar no Google, Yahoo ou Bing vem um trilhão de resultados e 99% são inúteis.

sim, parece que esse é o problema. Vc já teve a sensação de que está procurando por algo que nem sabe o que é???

garimpar a gente garimpa, mas achar mesmo é bem difícil… muita coisa inútil nas buscas, isso devido a uma poluição de coisas que não servem pra nada.

perfeito Antonio, e isso mesmo…

Desculpe, mas não é bem assim - a parte do “sempre existiu”. As coisas mudaram, e mudaram muito.

O jeito da internet funcionar mudou absurdamente.

Os algoritmos mudam o preço dos produtos… mudam a forma como as buscas são feitas… organizam conteúdo dentro das plataformas - pra te manipular (se alguém pagar pra te manipular), pra te enganar, pra te direcionar, enfim… exemplo: pegue uma conta “virgem” do Google e comecem a navegar no Youtube…

Não tem muito espaço pra “interpretar” as coisas… o que dá, é tentar ser anonimo - tab anonima, VPN, TOR… mas tudo isso tem limites.

O Zeitgeist já “ficou velho”, a internet mudou muito de lá pra cá.

Como um ponto de partida eu sugiro a leitura do “No Enxame” do Han.